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sábado, 6 de abril de 2013

{SÍ}MONAMI


Há algum tempo descobri essa banda na internet enquanto garimpava alguma coisa nova para ouvir. Fiquei encantado na hora. Como poeta que sou, o som desses caras caiu como um trilha sonora perfeita para que minha inspiração crescesse e todo o lirismo contemporâneo que encontrei nas composições dessa galera veio de encontro a minha necessidade poética.

Não passo um dia sem ouví-los, sem apreciar o som gostoso que sai dessa mistura que eles fazem de experiências e criatividade.

Vale a pena conferir.

SENHORAS E SENHORES VOS APRESENTO {SÍ}MONAMI



Para quem quiser conferir mais informações sobre a banda {SÍ}MONAMI
é só acessar o site: http://simonami.art.br/

quinta-feira, 4 de abril de 2013

AO ROMPER DA NOITE



Ao romper da noite
a névoa da incerteza envolve a vida,
distorce os sonhos,
escraviza a esperança
enquanto o terror noturno
agiganta-se sobre a perspectiva humana.


Os homens transformam-se em lobos,                outros se disfarçam de vampiros,
enquanto todos se fingem de humanos
quando não passam de mortos-vivos.

A noite jaz tensa em trevas.
Os corações humanos se amedrontam
com a escuridão que preenche a vida tão lacônica
enquanto vamos caminhando,

e de abismo em abismo 
vamos caindo.

A vida está à beira do penhasco.
Lá embaixo o portal de uma nova dimensão,
lá no céu, os raios de uma nova existência.

O céu está escuro
sem lua, sem estrela.
A vida está encoberta
não dá pra ver o horizonte,
os olhos estão abertos
e não consigo enxergar o futuro.

O mundo está caduco.
Perdido em meio aos escombros,
o homem descansa sobre o monturo da irracionalidade.
Recosturou o véu
e amarrou a corda no próprio pé,
mas para quê se Deus já não está ali?

Deus onde estás?

Não encontro a mão estendida
nem um semblante amistoso,
apenas uma multidão depressiva agrilhoada por regras opressivas.

Não adianta sacrifícios, são todos tolos.
Olho para o imenso trigal sufocado por joios
A seca é impiedosa
E a morte parece ser solução.

O que será que dá para colher disso tudo?

Templos abarrotados de gente
Subsistem alimentando-se da desgraça alheia
E desgraçam ainda mais o homem.
Enquanto vive-se o legalismo corrupto
da política e da religião.
Farisaísmo do terceiro milênio!

Os homens não se entendem,
a mesma língua parece estranha – e é estranha.
Se vem do céu eu não sei.
De onde vem eu apenas imagino.

Profecias são pronunciadas por quem não conhece nem o passado,
como consegue então enxergar o futuro?

Quero trazer à memória
Aquilo que me traz esperança.
Os sonhos de criança,
A pureza do coração infantil.
Deixai vir as criancinhas, delas é o reino dos céus.

As crianças! Cadê as crianças?
Foram obrigadas a crescer antes do tempo.
Os homens maus estragaram o futuro que ainda não chegou.
Violentaram, maltrataram, abusaram de nossas crianças.

Onde estão as crianças?
Nos semáforos pedindo dinheiro,
Nas ruas pedindo esmolas, roubando, drogando-se.
Viciadas em uma vida que não lhes pertence.

Estou cansado desse mundo!
Mas não posso deixá-lo como está.
Não podemos permitir tudo isso,
E ninguém sabe o que fazer.

Olho para o céu escuro
já não há estrelas para me guiar,
não há razão para sonhar.
Há apena um vazio nos olhos dos homens
e uma pedra no lugar do coração
que já não bate,
apenas revela que o amor é um artigo difícil de se encontrar.

O homem vive como quer
exerce seu direito
o livre arbítrio é seu respaldo para pecar.
Idiotas!
Idiotas é o que somos!

Deus pôs no coração do homem
o anseio pela eternidade
e mesmo assim não compreendemos
as ações do Criador.

Mas quando vier Aquele que é perfeito
O veremos face a face
E creio que não será tarde demais para mudar a poesia humana,
pois o chronos só existe porque um dia a eternidade lhe deu a luz.

¬ Poesia inédita para meu próximo livro.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

CADÊ O MEU PENSAMENTO?


Onde estará agora o meu pensamento?
Por onde anda?
Aonde vai?
Encontrar-te seria minha alegria,
Ouvir a tua voz, o meu consolo.

Onde estará agora o meu verso?
Em qual poema?
Em qual livro?
Deve estar em alguma página desse dia.

Queria poder vê-lo...
Queria poder lê-lo...
E quem sabe assim entendê-lo!

Cadê o meu pensamento?
Onde estará?

Deve estar vagando pelo mundo do amor
Apaixonado, largado,
Esperando encontrá-la
Em algum poema escrito para nós,
Onde eu posso ouvir a tua voz
Sob a luz da lua, abraçado a você
Sem precisar ter que escrever
Mais uma linha nesse poema
Para dizer que te amo.


¬ Extraído do livro SE NÃO DER TEMPO DE DIZER ADEUS  de Igor Jose.

terça-feira, 2 de abril de 2013

VOU ABANDONAR-ME

Vou abandonar-me nesses versos,
Desnudar a minha alma que insiste em empurrar-me
Desse precipício que é a vida.

Vou alçar voo rumo ao reino das palavras,
A clausura dos meus sentimentos
Já não é suficiente para conter
O magnetismo que me atrai a elas.

Sou andarilho nesse mundo,
Não tenho eira nem beira.

Quero apenas um papel e uma caneta,
Quero apenas uma rima bem feita
Que liberte-me para essa vida
E torne meus versos livres.

Vou abandonar-me para que outros me encontrem,
Despir-me do obsoleto,
Esquecer o perfume bucólico das lembranças,
Flagelar-me sem dó na consciência
Com o amor verdadeiro e a paixão mais intensa.

Quero encontrar-me abandonado
Em qualquer canto da prateleira mais empoeirada da estante.
Quero ser esquecido para ser lembrado por cada verso de quem eu sou.

Habitarei as entrelinhas ou o rodapé de cada página,
Estarei aqui enquanto houver palavras,
Estarei ali enquanto houver leitor,
Permanecerei enquanto houver história.

¬ Extraído do livro NÃO SEI SER POETA de Igor José.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

CASTIGO

Se eu gritasse, será que alguém me ouviria?
Ou será que todos fingiriam-se de surdos?


Que ignorância a minha
Achar que alguém prestaria atenção
Em minhas palavras toscas,
Em minhas rimas pobres.


Querer ser poeta é pedir para ser chamado de louco
Nesse mundo inculto e insensível
Onde o errado é o certo
E o lado certo é do avesso.


Meu grito ecoaria no vazio desse mundo oco
E finalmente silenciaria a minha dor
Quando atingisse os decibéis necessários
Para me fazer entender
Que o castigo para quem se liberta
É ficar cativo dos dogmas sociais
Enquanto é torturado
Pela ignorância da humanidade
Seu principal verdugo.


(Do livro NÃO SEI SER POETA  de Igor José)