terça-feira, 2 de abril de 2013

VOU ABANDONAR-ME

Vou abandonar-me nesses versos,
Desnudar a minha alma que insiste em empurrar-me
Desse precipício que é a vida.

Vou alçar voo rumo ao reino das palavras,
A clausura dos meus sentimentos
Já não é suficiente para conter
O magnetismo que me atrai a elas.

Sou andarilho nesse mundo,
Não tenho eira nem beira.

Quero apenas um papel e uma caneta,
Quero apenas uma rima bem feita
Que liberte-me para essa vida
E torne meus versos livres.

Vou abandonar-me para que outros me encontrem,
Despir-me do obsoleto,
Esquecer o perfume bucólico das lembranças,
Flagelar-me sem dó na consciência
Com o amor verdadeiro e a paixão mais intensa.

Quero encontrar-me abandonado
Em qualquer canto da prateleira mais empoeirada da estante.
Quero ser esquecido para ser lembrado por cada verso de quem eu sou.

Habitarei as entrelinhas ou o rodapé de cada página,
Estarei aqui enquanto houver palavras,
Estarei ali enquanto houver leitor,
Permanecerei enquanto houver história.

¬ Extraído do livro NÃO SEI SER POETA de Igor José.

Um comentário:

  1. Me encontro exatasiada em ver tamanha entrega, seu versos nos constagia, nos preenche. "Sublime como muitos outros escritos por você". Te amo!

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