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quarta-feira, 14 de março de 2012

Paulo Leminski

Mal-aventurados os que se rendem às verdades absolutas sobre Jesus. Se foi reformador ou revolucionário, fariseu dissidente ou profeta iluminado, nada disso nos contam os Evangelhos. Jesus sabia se esconder bem entre as muralhas e as palavras. Indiscutível apenas é que sua doutrina tomou o poder no Império Romano sem levantar uma espada. 

Entender suas parábolas é mergulhar num emaranhado de significados que se multiplicam como os peixes do milagre evangélico. Peixes, símbolo de subversão da ordem vigente. 

Ler Jesus é caminhar sobre as águas incertas, que vêm com força e quebram em ondas de interpretações. Nas praias, porém, só existe a certeza de que ele era um superpoeta.