Já
fazia um pouco mais de uma hora que ele havia saído e ela não sabia para onde.
Haviam discutido sério e dessa vez parecia não ter mais volta. Não que ela não
o amasse, mas a reação dele foi diferente das outras vezes. Ele sempre fora
muito calmo diante dessas situações, porém como o relacionamento já estava em
crise há algum tempo, aquela discussão parecia ter sido a gota d’água e por
isso ele resolveu ir embora. Não sabia o que fazer, estava com raiva, mas
também estava com medo de perdê-lo.
Pensou
em ligar para o celular dele. Antes mesmo de completar a ligação, desistiu.
Estava
com medo da reação dele, de que continuassem a discutir e a coisa piorasse
ainda mais. Ela o amava. Sabia disso. Tinha certeza que não conseguiria vivar
sem ele, mas não sabia se ele ainda a amava. A única certeza que tinha era de
que o queria de volta.
Não
tinha notícias dele. Tomou coragem e resolveu ligar. Ele não atendia. Ainda
está com raiva — pensou.
Sentou-se
então em qualquer canto da sala e ali no chão adormeceu pensando nele, em seu
abraço caloroso, no carinho com que dizia que a amava e em seu olhar sério e penetrante.
De
repente o telefone tocou, era o número dele, mas não ouviu a sua voz.
—
Alô! Alô! — ninguém respondia.
De
repente a campainha do apartamento tocou, mas também não era ele. Era o
entregador da floricultura lhe trazendo um buquê de rosas, sem mensagem, sem
cartão.
Naquele
momento sentiu a dor da dura despedida. Era definitivo, ele não voltaria mais
para ela. Chorou.
Não
havia mais o que fazer, porém tudo o que ela queria era ser somente dele, nem que
fosse pela última vez, nem que fosse somente para se despedir.
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