quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Aos ouvidos dos sensíveis de coração

 Está faltando poesia no mundo? Com certeza não. O lirismo é que está adormecido, para não dizer perdido, na dureza do coração humano. Quem acredita no olhar do poeta? Quem vivência as experiências do poeta? Poucos são aqueles que se permitem ouvir a voz destinada "aos ouvidos dos sensíveis de coração". 

A simplicidade liríca descomplica a vida, mas "o mundo anda tão complicado" que é a traça quem se alimenta do lirismo empoeirado nas estantes. As bibliotecas estão vazias, ninguém tem tempo para ouvir as vozes dos mestres desencarnados impressas nas páginas dos livros. Será que ao menos, na era tecnológica que vivemos, alguém irá ler esse texto, ou de tantos outros que lutam para que a poesia continue viva hoje a nas gerações seguintes através dos sites, blogs e e-books?

Recuso-me a gastar meu tempo em frente a TV absorvendo uma cultura inútil a vida humana, ou seguir a multidão frenética atrás dos trios elétricos cantando  refrões que não dizem nada, e que somente demonstram o nível da irracionalidade humana.

Faço parte do grupo da poesia, da poesia escondida, mas que se revela aos que a procuram seja no reino das palavras, seja no bolso dos poetas, seja na viagem interior em si mesmo, pois os p(r)o(f)etas, continuam revelando ao mundo o amor, a esperança e a paz através da literatura mais mística e transcedental que existe: A POESIA.


NOITE DE CARNAVAL

Não cantarei a canção da noite
Nem escutarei as marchinhas do carnaval lá fora.
Cantarei o hino dos poetas desencarnados
Escutarei seus versos que ecoam nas antologias em cima da minha escrivaninha.
Desligarei o meu computador
Abrirei o meu caderno em uma página qualquer e rascunharei alguma coisa que faça-me sentir mais próximo dos mestres.
Contamino-me com o vírus do lirismo sem pieguice,
Vejo-me aprisionado em suas idéias
E solto nos versos que saltam desse meu eu
Que alforriado pelo modernismo de uma era passada
Vive a liberdade poética em um poema qualquer.
 

Canto a canção da vida na noite chuvosa de hoje.
Sou apenas mais um. Se poeta, não sei.
Sou somente eu mesmo,
Sem sol para me iluminar,
Sem lua para me apaixonar,
Mas com uma vontade louca de ser verso sem rima e sem ponto final,
Sem medida, seguindo o ritmo da bateria
Do bloco inquieto e inconformado com a mesmice.

Um comentário:

  1. Antes de mais olá. Bem, quero aproveitar para agradecer o comentário que deixaste relativamente a http://lounge.obviousmag.org/wala/2012/03/dissertacao-e-ensaio-sobre-poesia.html De seguida deixa-me dizerte que tens qualidade no que apresentas no teu blog. Quero desejar-te muita saúde. Abraço enorme Ass. Rui Sobral

    ResponderExcluir