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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Deus Procura Adoradores - Parte 1

"Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem." (João 4:23)

O Senhor Jesus quando se encontra com aquela mulher samaritana, nos deixa um ensino fundamental acerca da adoração a Deus. Ele deixa claro que o Pai deseja a nossa adoração em espírito e em verdade, mas que isso não é o mais importante para Deus, pois na verdade Ele está à procura dos verdadeiros adoradores que assim o fazem.
Mas porque Deus está à procura de adoradores? Só vamos entender essa questão quando tivermos consciência do que seja adoração em espírito e em verdade.

Adoração em Espírito e em Verdade

A adoração é vital e inseparável à vida do servo de Deus. Na vida cristã a adoração se manifesta espontaneamente, resultante de um amor inefável e como resposta ao perdão pelos pecados, à salvação, à libertação, a cura de nossas feridas, pois sempre que o Senhor ministra sobre nós o seu amor, o seu perdão, a cura, a libertação, respondemos com adoração. Porém a adoração não é uma troca de favores entre Deus e os homens. Nós precisamos das bênçãos do Senhor, mas Ele não precisa da nossa adoração, pois os anjos já o adoram de eternidade a eternidade, clamando: Santo, Santo, Santo.
A nossa adoração não pode ser, simplesmente, pelo que o Senhor faz por nós, deve ser pelo que Ele é. A adoração é a expressão do amor e gratidão do homem para com Deus. É isso que faz com que Deus nos dê atenção e aceite as nossas expressões de louvor a Ele, que faz com que o Senhor deseje as nossas manifestações de adoração. Ele não deseja adoração de palavras vazias, interesseiras e sem amor por Ele.
Muitos não conseguem adorar a Deus em espírito e em verdade, e possuem uma vida de adoração limitada, porque não entendem o que é adoração e não sabem adorar. Pensar que adorar se trata apenas de cantar, tocar e dançar durante o culto é totalmente errado. Ana Méndez em seu livro Assentados nos Lugares Celestiais, expõe com muita clareza e profundidade o que é adorar.

“Adorar não é cantar, é literalmente converter-se no altar de onde nasce o rio de Deus. Não é algo que se possa fazer, é algo no qual você tem que se transformar. (..) Os que são Templo entenderam que adorar ‘ não é um momento no culto de domingo, mas um estilo de vida, uma comunhão íntima, um fundir-se com Deus e Deus com eles. Adorar é tornar-se um com Ele. É a comunhão íntima, que vai silenciando a alma até que se ouve o Espírito. É onde se produz a verdadeira união entre os céus e a terra: as duas dimensões começam a se unir e, então, Cristo é revelado.”

Sam Hinn, em seu livro Transformando em Sua Presença, também fala acerca da adoração. Ele diz:

“A adoração não depende de nossas habilidades ou de nossos talentos, mas adorar a Deus deve ser algo que brota do coração. Deus não está procurando a adoração limitada ou legalista, mas espontânea. Esta adoração provém do Espírito e não das cordas vocais. A essência da adoração é tocar o coração de Deus até refletir a verdadeira glória de Jesus.”


A adoração que produzimos depende do nível de intimidade e comunhão que temos com Deus. A adoração em espírito e em verdade é a manifestação do nosso espírito, nossa alma e nosso corpo como resultado de um relacionamento pessoal com o Senhor. Só se consegue ter contato com a glória manifesta de Deus, a sua shekináh, aquele que manifesta sua adoração a Deus, não importando a forma, se é cantando, tocando, dançando, chorando, orando, ou em silêncio. A adoração não está restrita ao lugar, nem a forma, muito menos ao tempo, pois adoraremos ao Senhor por toda a eternidade. A adoração tem que estar impregnada em nossos corações como expressão do nosso modo de viver, como estilo de vida.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Leitura: solidão, comunhão e autoria

Por Gladir Cabral

NÃO sei muito bem quando começou, mas suspeito que tenha sido ao ouvir as primeiras histórias da Bíblia no quarto de dormir, nas últimas horas da noite, ou quem sabe nas primeiras idas à Escola Dominical. O fato é que desde muito cedo criei gosto pela leitura. Primeiro, as leituras feitas por minha mãe, por meu avô, gente simples que me anunciava um mundo a ser conhecido e desvendado. Depois, as leituras feitas na escola e em casa, as memórias de um sargento de milícia, os livros de história, Tiradentes e a corda amarrada ao pescoço, Jesus e suas histórias deliciosamente repetidas em quatro evangelhos que coloriram minha fé e minha imaginação com força indelével superior ao tecnicolor. Mais tarde, na adolescência e juventude encontrei amigos para os quais a leitura era alimento para a mente e a alma, e com eles descobri Edgar Allan Poe e suas histórias de mistério, Dostoiévski e as suas recordações da casa dos mortos, e a lista não tem fim.


A leitura tem um elemento que sempre me fascinou: o silêncio, a solitude, bem mais que a solidão. Ela exige um certo recolhimento, um afastar-se do burburinho, da algazarra, um ir ao encontro do outro no frágil espaço da quietude. Por isso mesmo, ler é estar muito próximo de si mesmo. Há que se ter certa confiança, certa calma de estar na companhia de si mesmo. Qualquer sinal de ansiedade, de pressa, e a leitura se perde na fumaça da distração. Plim!! E lá se foi a voz que me falava. O que dizia mesmo? Espera aí, tenho de voltar ao parágrafo anterior. Com um pouco de calma, o diálogo recomeça. O que se ouve é a voz do outro, a voz dos personagens da história, do autor. Portanto, a solidão é só aparente. É muito agitado e intenso o momento da leitura.


Por outro lado, a leitura é também um ato coletivo. Intelectuais falam de comunidade de leitores, comunidades interpretativas (Stanley Fish), mostrando que a relação texto-leitor á para lá de rica e complexa, como sugerem Hans Robert Jauss (1994) e Wolfgang Iser (1996). Desse modo, aquele que não lê não se afasta do mundo, mas interage com ele e se posiciona em relação a ele. Em uma palestra proferida no primeiro Congresso Brasileiro de Leitura no início dos anos 1980 em Campinas (SP), Paulo Freire relata suas primeiras experiências com a leitura, seu aprendizado lento e orgânico. Ali ele enfatiza o caráter social da leitura. Ninguém lê sozinho, mas em diálogo com os outros leitores e com a realidade. Em dado momento, Freire faz sua clássica afirmação de que “a leitura de mundo precede a leitura da palavra”. Mais do que ato solitário, a leitura é manifesto solidário, ato comunitário, também crítico, mas sobretudo sinal de comunhão.


Por fim, a leitura é também ato de criação de significado, portanto de coautoria. Quem lê, colabora com o texto, atualiza-o, de certa forma encarna-o. De certa forma, posso dizer que ler é também escrever, pois é reagir à palavra escrita, é oferecer um texto novo ao texto lido. O teórico russo Mikhail Bakhtin assevera que toda palavra é resposta ou interpelação, todo texto é parte de um diálogo, é um fenômeno histórico e social, coletivo e ao mesmo tempo interior. Ao mesmo tempo que o texto nos constrói, vamos, por meio da leitura, construindo novos textos a partir de nossa tênue voz e de tantas vozes que nos atravessam. Umberto Eco fala do leitor como atualizador do texto, sempre complementando suas incompletudes. Ler é fazer-se autor.


Quem lê precisa de silêncio. Quem lê precisa de comunhão. Quem lê se torna escritor.



fonte: http://ultimato.com.br/sites/gladircabral/2014/04/22/leitura-solidao-comunhao-e-autoria

sábado, 19 de abril de 2014

Gabriel García Márquez


TRECHO DO LIVRO 
"CEM ANOS DE SOLIDÃO"



Infográfico retirado do site g1.com.br

Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo. Todos os anos, pelo mês de março, uma família de ciganos esfarrapados plantava a sua tenda perto da aldeia e, com um grande alvoroço de apitos e tambores, dava a conhecer os novos inventos. 

Primeiro trouxeram o ímã. Um cigano corpulento, de barba rude e mãos de pardal,que se apresentou com o nome de Melquíades, fez uma truculenta demonstração pública daquilo que ele mesmo chamava de a oitava maravilha dos sábios alquimistas da Macedônia. Foi de casa em casaarrastando dois lingotes metálicos, e todo o mundo se espantou ao ver que os caldeirões, os tachos, as tenazes e os fogareiros caíam do lugar, e as madeiras estalavam com o desespero dos pregos e dos parafusos tentando se desencravar, e até os objetos perdidos há muito tempo apareciam onde mais tinham sido procurados, e se arrastavam em debandada turbulenta atrás dos ferros mágicos de Melquíades. "As coisas têm vida própria", apregoava o cigano com áspero sotaque, "tudo é questão de despertar a sua alma." José Arcadio Buendía, cuja desatada imaginação ia sempre mais longe que o engenho da natureza, e até mesmo além do milagre e da magia, pensou que era possível se servir daquela invenção inútil para desentranhar o ouro da terra. 



































CARTA DE DESPEDIDA
Gabriel García Márquez


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Documentário José e Pilar

A Viagem do Elefante, o livro em que Saramago narra as aventuras e desventuras de um paquiderme transportado desde a corte de D. João III à do austríaco Arquiduque Maximiliano, é o ponto de partida para José e Pilar, filme de Miguel Gonçalves Mendes que retrata a relação entre José Saramago e Pilar del Río.

Mostra do dia-a-dia do casal em Lanzarote e Lisboa, na sua casa e em viagens de trabalho por todo o mundo, José e Pilar é um retrato surpreendente de um autor durante o seu processo de criação e da relação de um casal empenhado em mudar o mundo – ou, pelo menos, em torná-lo melhor.

José e Pilar revela um Saramago desconhecido, desfaz ideias feitas e prova que génio e simplicidade são compatíveis. José e Pilar é um olhar sobre a vida de um dos grandes criadores do século XX e a demonstração de que, como diz Saramago, “tudo pode ser contado doutra maneira”.




Ficha técnica  |  Equipe:

TÍTULO: “José e Pilar”
GÉNERO: Longa-metragem documental
DURAÇÃO: 125’
SUPORTE: HDV 16x9
IDIOMA ORIGINAL: Português / CastelhanoPRODUÇÃO: JumpCut (Portugal)
CO-PRODUÇÃO: EL DESEO (Espanha) e O2 Filmes (Brasil)
PRODUTOR ASSOCIADO: Abel Ribeiro Chaves / OPTEC, LdaTELEVISÕES ASSOCIADAS: SIC (Portugal), YLE (Finlândia), SVT (Suécia)


Equipe:

REALIZAÇÃO: Miguel Gonçalves Mendes (Portugal)
PRODUTORES: Agustín Almodóvar / Bel Berlinck / Esther García / Fernando Meirelles / Miguel Gonçalves Mendes
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Daniel Neves (Portugal)
MONTAGEM: Cláudia Rita Oliveira (Portugal)
SOM:  Olivier Blanc, Adriana Bolito, Bárbara Álvarez Plá, Hugo AlvesMISTURA: Alessandro Laroca e Armando Torres Jr. (Brasil)FOTOGRAFIA DE CENA: Susana Paiva (Portugal)DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Ana Jordão/ Daniela Siragusa (Portugal)

Fonte: http://www.joseepilar.com/